domingo, 4 de julho de 2010

O ARSENAL DA CRÔNICA ESPORTIVA


Poucos são os grandes eventos mundiais, onde a imprensa pode mostrar o seu grande poder de persuasão, como numa Copa do Mundo. Talvez porque o assunto em pauta seja o Futebol, tido aqui no Brasil, como o ópio do povo.

Com suas poderosas armas, tendo no microfone, cuja munição é a palavra, o seu míssel mortífero, a mídia estrategicamente utiliza de todos os recursos para induzir os torcedores a aceitar as suas verdades, que na maioria das vezes, não são as verdadeiras.

Os torcedores por sua vez, embebidos pela emoção, tornam-se presas fáceis, e não percebem e não raciocinam, pois, os efeitos alucinógenos do momento emocional, inibem as suas condições racionais e acabam tornando-se verdadeiros fantoches.

Nesta Copa, vários foram os momentos de falsas verdades transformadas em verdades verdadeiras pela crônica esportiva brasileira, e aceitas, pela grande maioria dos torcedores.

A imprensa conseguiu, por exemplo, incurtir na cabeça do torcedor, que Ronaldinho Gaucho e Ganso seriam os salvadores da pátria, se Dunga os tivessem convocados. E o pobre torcedor acabou se esquecendo que:

- Em outras participações o Ronaldinho em melhores condições, e quatro anos mais novo, não passou de um simples figurante.

- O Ganso, exatamente no período da Copa teve que se submeter a uma cirurgia no joelho estava bichado, como dizem os boleiros.

A cronica também vendeu a preços módicos, a idéia de que a Seleção Brasileira teria a melhor zaga do Mundo, inclusive o melhor goleiro. Sem pestanejar o torcedor comprou a idéia, e se decepcionou, pois, bastou duas bolas alçadas em nossa área é o sonho do hexa virou pesadelo.

O pior é que foram exatamente essas duas bolas é que deram a vitória para o time holandês, mas, a imprensa com o seu poder persuasivo culpou o infeliz do Felipe Melo.

E novamente o torcedor embarcou na falsa verdade e passou acreditar que a expulsão do volante foi a causa principal, da derrota, se esquecendo que naquele momento, a Holanda já vencia o jogo.

A criação de "bodes expiatórios" pela imprensa brasileira sempre que o Brasil vai mal, em uma Copa do Mundo, é antiga.

Barbosa, o nosso goleiro na copa de 50 morreu levando para o túmulo a culpa do fracasso. Zico até hoje é o culpado pela derrota em 86. Dunga é a bola da vez.

A criação de falsos hérois e falsos bandidos foi sempre um prato cheio para uma imprensa, que nunca escreveu em seus anais, nenhum feito grandioso em prol do Futebol Brasileiro.




Um comentário:

  1. Oi pai...
    O senhor mais uma vez conseguiu expressar o que eu pensava. Vc é demais!!!
    Além de tudo isso, o Dunga ainda sai como grosseiro e orgulhoso. Mas, o Maradona é que era o "técnico" moderno e paternalista. Até deixar os jogadores nas noitadas, nas vésperas do jogo derradeiro ele fez...
    Ninguém no Brasil torce e se entrega de corpo e alma diante dos jogos da seleção. Aqui nesse país, ninguém nem fala palavrão e se descabela. Mas quando ele ganhou o penta foi tido como o melhor capitão de todas as seleções...
    Mas imprensa é assim mesmo, vive só da fumaça. Nem precisa mais de curso superior pra ser "imprensa"... O que dizer de tudo isso?!!!
    Ainda bem que temos jornalistas como vc, meu pai, pra nos servir de antídoto de todo esse torpor... Enquanto a gente se volta pra Copa, a "Dilma" tá fazendo a festa...rs! Vamos ver o que vai acontecer em 2014. Um bjão!!! Júlia (Sacra City das Gerais).

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